O que a Constelação tem a acrescentar no ensino?
- Mayana Salles
- 4 de ago. de 2022
- 4 min de leitura
PEDAGOGIA SISTÊMICA
A pedagogia sistêmica tem como base a Constelação Familiar do filósofo e professor alemão e Bert Hellinger, e a terapeuta e professora Marianne Franke. A pedagogia sistêmica não chega para substituir nada, ela respeita e agrega o trabalho, entende a força de cada metodologia, ela vem para uma nova postura e olhar diante da educação. Em um ambiente educacional sistêmico, o educador possibilita aos alunos gerenciar novas experiências, mostra que toda ação há uma reação, por isso a importância de agir adequadamente.
Cada aluno vem para a escola trazendo todo o seu sistema familiar, sua força, que faz com que cada um aja de acordo com o seu sistema.
Na escola sistêmica, cada um exerce o seu papel, ou seja, não há inversões de papéis, os professores são tão somente professores e não o pai ou a mãe dos alunos, busca o equilíbrio e respeito a hierarquia. Para muitos o “erro” é tratado com castigos, para a pedagogia sistêmica, não há “erros”, e sim possibilidades de acertos, uma nova oportunidade de experiências para o crescimento de cada um.
Em um ambiente sistêmico vemos cada um sem “pena” ou dó, se assim fosse acreditaríamos que seríamos superiores, é que na verdade, ninguém é melhor ou pior que ninguém. A base de todo o trabalho é o não julgamento, respeito ao outro, um olhar de amor.” O trabalho, ora denominado “Pedagogia Sistêmica”, originou-se a partir dos trabalhos Bert Hellinger. Sua carreira como missionário católico na África do Sul durante quase 20 anos, lecionando em escolas para os zulus, durante o regime do apartheid colocaram-no em uma perspectiva ímpar para identificar questões de conflito e consciência. Seu desenvolvimento pessoal o levou a estudar e praticar uma vasta gama de abordagens psicoterapêuticas. Seus trabalhos o levaram a descobrir a natureza da consciência pessoal e certas leis inconscientes que ditam o comportamento humano em grupos familiares e sociais, as quais denominou “ordens do amor”. Mais tarde, diversos professores e pedagogos iniciaram a aplicação do método na área educacional, sendo a contribuição mais relevante feita inicialmente por Mariane Franke-Gricksh a qual escreveu um livro denominado “Você é um de nós” (publicado no Brasil pela Editora Atman – www.atmaneditora.com.br). Depois disso a abordagem se difundiu pelos países de fala espanhola, especialmente o México e a Espanha. A transferência da visão sistêmica da terapia familiar para a docência, segundo Mariane Franke, permite perceber as pessoas não como indivíduos isolados, mas como parte de uma estrutura inter-relacionada. Hellinger assinala que, a nível subconsciente, participamos na trama familiar e de seu destino coletivo. As constelações familiares permitem revelar o fato de que fazemos parte de uma grande alma que compreende a todos os membros da família, sujeitos a uma ordem essencial. Tem-se que encontrar e respeitar tal ordem para que encontremos nosso lugar dentro da nossa família, respeitando o destino dos outros membros dessa família. O respeito e o amor à família não são um sentimento, constituem uma postura baseada em princípios que geralmente não é consciente. Nossa inclusão nessa grande alma é um senão, e nós nos encontramos sujeitos ao nosso destino familiar. Nisto se baseia o enfoque sistêmico-fenomenológico. A visão da Pedagogia Sistêmica é belíssima, porque vê nas atitudes disfuncionais dos alunos, somente uma mostra profunda de amor; uma lealdade incondicional ao pai, uma lealdade incondicional à mãe. A última oportunidade que temos como pais de família, de participar de maneira poderosa e eficaz na vida de nossos filhos é na adolescência; e hoje, os filhos, os alunos, precisam muitíssimo dos adultos, precisam de uma participação afetiva e generosa, desde declarar que o processo educativo se leva a cabo, principalmente, através do trabalho dos pais; neste ponto, baseia-se a diferença. Essencialmente, como professores, terapeutas ou educadores, precisamos tomar nossos pais em nosso coração, e daí, se abre a sensibilidade, mas junto com a sensibilidade, uma outra ferramenta fundamental, é a firmeza. Não é uma ou a outra, são as duas juntas. Amor claro e reconhecimento de limites. Toda a diferença é educar no amor, fluindo desde a ordem. Sem ordem, não flui o amor; não tem a mesma força e, portanto, o mesmo impacto.
As 3 Leis Sistêmicas, também conhecidas como “Ordens do Relacionamento Humano”, são: Pertencimento, Ordem e Equilíbrio Pertencimento: Pertencer à nossa família é uma necessidade básica. Este vínculo é um desejo mais profundo. A necessidade de pertencer a ela vai além até mesmo da nossa necessidade de sobreviver. Isto significa que estamos dispostos a sacrificar e entregar nossa vida pela necessidade de pertencer a ela. Ordem: O ser é estruturado pelo tempo. O ser é definido pelo tempo e através dele, recebe seu posicionamento. Quem entrou antes em um sistema tem precedência sobre quem entrou depois. Sempre que acontece um desenvolvimento trágico em uma família, uma pessoa violou a hierarquia do tempo. Equilíbrio: O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem equivalentes. Nós sentimos credores quando damos algo a alguém e devedores quando recebemos. O equilíbrio entre débito e crédito é fundamental nos relacionamentos.
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